Segundo o católico Pe. Dr. Jose Eduardo de Oliveira e Silva, a pergunta “como rezar quando não se sente vontade?” é comum entre os fiéis que buscam aprofundar sua vida espiritual, especialmente em tempos de aridez interior. Na experiência da fé católica, a oração é um encontro vivo com Deus, sustentado não apenas pelos sentimentos, mas pela fidelidade e pelo amor. Mesmo quando não se sente desejo ou consolação, a oração permanece um ato necessário e frutuoso, pois nela se cultiva a confiança no Senhor que sempre nos escuta, mesmo no silêncio.
A Igreja, em sua Tradição e Magistério, ensina que a vida espiritual passa por momentos de luz e de sombra. Os próprios santos, como Santa Teresa de Calcutá ou São João da Cruz, relataram longos períodos de secura espiritual, nos quais não sentiam prazer algum na oração. No entanto, eles perseveraram, porque compreendiam que o verdadeiro amor não depende de emoções, mas da entrega perseverante da vontade. Rezar, portanto, é um ato de fé e obediência amorosa, mesmo quando tudo parece árido.
Como a fé católica nos orienta diante da aridez espiritual na oração?
A fé católica nos oferece sólida orientação diante da experiência da aridez espiritual, especialmente no contexto da oração. O Catecismo da Igreja Católica reconhece que a oração enfrenta obstáculos, sendo um deles a falta de gosto espiritual ou motivação. Nesse sentido, a oração não deve ser reduzida a um mero ato emocional ou à busca de experiências agradáveis, mas vivida como resposta livre e amorosa ao chamado constante de Deus.
A Tradição espiritual da Igreja ensina que essas secas são muitas vezes permitidas por Deus para purificar a alma de seus apegos e levá-la a uma comunhão mais profunda. São João da Cruz descreve esse processo como “noite escura da alma”, um tempo em que Deus retira as luzes sensíveis para conduzir a alma à fé pura e ao abandono confiante. Nessas fases, a oração se torna um ato de profunda teologia prática, pois exprime a verdade da nossa relação com Deus: Ele é digno de ser buscado, mesmo quando não sentimos nada, como ressalta o padre Jose Eduardo de Oliveira e Silva.

Conforme o católico Jose Eduardo de Oliveira e Silva, a resposta da Igreja a esses momentos de desânimo é clara: perseverar. A oração cotidiana, mesmo breve, feita com humildade e constância, é mais eficaz espiritualmente do que longas preces cheias de sentimentos passageiros. A fidelidade na oração durante a aridez é um testemunho precioso de amor a Deus, e, como mostram tantos santos, essa perseverança será recompensada com frutos de paz, clareza interior e santidade.
Quais atitudes práticas podem ajudar a rezar quando não se sente vontade?
Para viver bem a experiência de como rezar quando não se sente vontade, é importante adotar atitudes concretas que sustentem a fidelidade. A primeira delas é a disciplina espiritual: estabelecer horários regulares para a oração ajuda a formar o hábito, independentemente do estado emocional. Assim como se alimenta o corpo mesmo sem apetite, é necessário alimentar a alma com a oração, mesmo quando a sensibilidade não acompanha.
Outra atitude eficaz é recorrer à oração litúrgica e aos sacramentos, especialmente a Eucaristia e a Confissão. A liturgia da Igreja, rica em símbolos, palavras e gestos, eleva a alma mesmo quando ela se encontra seca. Participar da Missa, rezar com os salmos, usar roteiros de oração ou repetir jaculatórias são formas de manter viva a chama da fé. Nessas práticas, o Espírito Santo age silenciosamente, mesmo quando não percebemos.
Por fim, como destaca o sacerdote Pe. Dr. Jose Eduardo de Oliveira e Silva, é fundamental cultivar a paciência e a humildade. Aceitar que a oração nem sempre será consoladora é sinal de maturidade espiritual. Confiar que Deus está presente, mesmo no silêncio, e oferecer esse esforço como um ato de amor, já é uma oração profundamente eficaz. Rezar na aridez é um modo de evangelizar a si mesmo, de formar o coração na escola do amor gratuito e de aprender, com Maria e os santos, a permanecer de pé junto à cruz com fé e confiança.
Autor: Maxim Fedorov