De acordo com o Dr. Rodrigo Gonçalves Pimentel, sócio da escritório Pimentel & Mochi Advogados Associados, a recuperação judicial é um instrumento jurídico fundamental para empresas que enfrentam crises financeiras, especialmente no setor do agronegócio. Até porque, no campo, a paralisação de colheitadeiras, tratores e demais implementos essenciais à atividade pode significar perdas irreversíveis. Desse modo, compreender a essencialidade de máquinas e equipamentos é decisivo para garantir a continuidade das atividades e preservar a capacidade produtiva durante o processo.
Interessado em saber mais sobre? Acompanhe, nos próximos parágrafos.
Importância da essencialidade no contexto da recuperação judicial
No processo de recuperação judicial, a noção de “essencialidade” está ligada àquilo que é indispensável para a manutenção da atividade empresarial, conforme destaca o núcleo de Recuperação Judicial do escritório Pimentel & Mochi. Isto posto, no agronegócio, a dependência de maquinário é evidente: tratores para preparo do solo, plantadeiras para garantir o cultivo no período certo, colheitadeiras para o aproveitamento pleno da safra.
Ou seja, sem esses recursos, a operação pode se tornar inviável, comprometendo tanto o faturamento quanto o cumprimento do plano de reestruturação. Assim sendo, a legislação que rege a recuperação judicial, prevê proteção a bens considerados essenciais, evitando que sejam retirados ou penhorados, como pontua o Dr. Rodrigo Gonçalves Pimentel. Esse cuidado é vital para impedir que a execução de dívidas comprometa a sobrevivência da empresa rural.
Quais máquinas e equipamentos agrícolas são considerados essenciais?
De acordo com o Dr. Lucas Gomes Mochi, identificar quais ativos se enquadram como essenciais exige uma análise técnica e jurídica. Tendo isso em vista, a demonstração deve considerar o impacto direto do equipamento na geração de receita e na preservação da atividade principal. No agronegócio, os exemplos mais comuns incluem:
- Tratores agrícolas: fundamentais para o preparo do solo e transporte de insumos.
- Colheitadeiras: responsáveis pela colheita eficiente e pelo aproveitamento da safra.
- Plantadeiras e semeadoras: essenciais para garantir a correta distribuição de sementes e a produtividade.
- Pulverizadores: importantes para o controle de pragas e doenças que podem comprometer toda a lavoura.

Proteger esses bens no processo de recuperação judicial é, muitas vezes, a diferença entre cumprir o plano e ver o negócio inviabilizado. Já que a prova da essencialidade, quando bem elaborada, fortalece a defesa e aumenta as chances de manutenção do patrimônio produtivo.
Como a essencialidade é avaliada no agronegócio durante a recuperação judicial?
A avaliação é feita com base em documentos, perícias e pareceres técnicos que comprovem o uso indispensável dos equipamentos na rotina empresarial. No agronegócio, isso inclui laudos que demonstrem a necessidade de máquinas para atender o ciclo produtivo, registros de uso contínuo e dados de produção que evidenciem o impacto econômico de sua retirada.
Conforme expõe o Dr. Rodrigo Gonçalves Pimentel, esse processo exige alinhamento entre a gestão administrativa e a assessoria jurídica. Pois, uma falha na comprovação pode permitir que credores busquem a apreensão dos bens, o que prejudicaria toda a reestruturação planejada. Nesse sentido, o trabalho conjunto entre advogado, contador e o empresário é uma prática essencial.
Preservar máquinas e equipamentos essenciais é preservar o futuro do negócio
Em síntese, para empresas do agronegócio em recuperação judicial, a preservação de máquinas e equipamentos essenciais não é apenas uma questão operacional, mas de sobrevivência, como pontua o Dr. Lucas Gomes Mochi. Afinal, cada ativo mantido em funcionamento representa um passo a mais para o cumprimento do plano, a manutenção de empregos e a estabilidade financeira.
Dessa forma, a recuperação judicial bem-sucedida exige planejamento, comprovação técnica e estratégia jurídica consistente. No campo, isso significa garantir que tratores, colheitadeiras e outros equipamentos continuem girando, impulsionando não apenas a produção, mas também a retomada da confiança do mercado.
Autor: Maxim Fedorov