Avaliação: Fiat 500e é a compra mais nostálgica e emocional do Brasil

Jorge Ghezier Por Jorge Ghezier

Hatch mais icônico da marca está de volta ao Brasil em versão elétrica. O carisma é o mesmo de sempre, mas o preço…

A compra de um carro envolve diversos fatores. Desde se o valor pedido pela fabricante cabe no seu bolso, passando por características de uso, desempenho, consumo e até itens desejados. No entanto, muitas vezes esquecemos que uma compra pode ser emocional. É exatamente este o caso do Fiat 500e.

O subcompacto deixou o motor a combustão no passado e hoje é vendido somente elétrico. Isso tem seu preço: R$ 224.990. Se o valor é um obstáculo, há muito nesse pequeno Fiat que conquista o suficiente para o cliente entrar na concessionária e levar para casa.

Design

O primeiro ponto é o estilo. Para que gosta de linhas retrô ou do próprio 500 da geração passada, certamente gostará do 500e. Como de costume na história desse compacto, as linhas são curvas e há muitos detalhes que remetem à história do modelo.

Os faróis redondos agora são cortados para dar um ar mais sofisticado. Na lateral, as rodas possuem desenho convencional, com diversos raios, enquanto as janelas possuem molduras cromadas assinadas com o nome do modelo na traseira.

Na traseira, há lanternas em LED e o característico calombo na parte superior, desenho característico do 500 desde a sua primeira geração. Já o porta-malas leva apenas 185 litros e não há estepe, já que os pneus aro 16 são do tipo run-flat.

Dimensões: 3.632 mm de comprimento, 2.322 mm de entre-eixos,1.683 mm de largura, 1.527 mm de altura e 185 litros de porta-malas

Sol na cara, acabamento de Fiat e só para casal

O tamanho e o espaço interno são características do 500e que podem tanto te distanciar como fazer você se apaixonar. São 3,63 metros de comprimento (9 centímetros a mais que a geração anterior), 1,68 m de largura, 1,53 m de altura e 2,32 m de entre-eixos.

Se internamente é difícil levar alguém além do carona, a grande vantagem está em estacionar. O Fiat 500e cabe em qualquer vaga, mas atenção ao desembarcar, já que, por se tratar de um carro 2+2, a porta dianteira abre consideravelmente mais, o que pode provocar batidas de porta no carro do lado.

O acabamento causa sensações dúbias. Volante, bancos, apoios de braços nas portas e no console central são revestidos em couro de boa qualidade. Só que há um detalhe que pode te incomodar. A Fiat escolheu couro branco, que suja muito fácil.

Por outro lado, painel, portas e todas as outras partes do acabamento são feitos de plásticos simples. São bem montados, claro, mas para um carro acima dos R$ 200 mil, um revestimento macio cairia bem.

Outro detalhe do interior que causa problemas é o teto solar. Obviamente é um item bem-vindo, mas a cortina que deveria proteger da entrada de sol é muito fina e pode incomodar em dias de muito calor.

Desempenho de carro urbano

O Fiat 500e é equipado com motor elétrico de 118 cv e 22,4 kgfm e, apesar dos 1.290 kg, oferece um bom desempenho ao subcompacto. O 500e precisa de 9 segundos para ir de 0 a 100 km/h, enquanto a velocidade máxima é de 150 km/h para proteger as baterias.

No modo Range, ele fica mais ágil, mas ativa a função one pedal, que otimiza o freio regenerativo a fim recuperar a energia das baterias. Se o desempenho vai bem, com ressalvas para o uso em rodovias, a autonomia é o calcanhar de Aquiles.

A Fiat declara até 420 km no modo mais “otimista”, que provavelmente utiliza o modo Sherpa como parâmetro. Nessa configuração, o 500e restringe o uso do ar-condicionado e limita a potência.

No entanto, é possível dizer que as baterias de 42 kWh não chegam a essa quilometragem com somente uma carga. Durante nossos testes, ao carregar 100%, o painel de instrumentos mostrava 260 km de alcance.

Em termos de recarga, a declara que são necessárias 4 horas em carregadores wallbox de 11 kW e pode chegar aos 80% em 35 minutos em carregadores ultrarrápidos de até 85 kW. Também é possível recarregar o veículo em tomada doméstica, mas na rede 220 Volts são necessárias 14 horas.

  • Motor: elétrico, transversal, dianteiro
  • Potência: 118 cv
  • Torque: 22,4 kgfm
  • Peso/potência: 10,9 kg/cv
  • Peso/torque: 57,59 kg/kgfm
  • Câmbio: automático, 1 marcha
  • Tração: dianteira
  • 0 a 100 km/h: 9 segundos (G)
  • Velocidade máxima: 150 km/h
  • Bateria: Íons de lítio
  • Capacidade: 42 kWh
  • Autonomia Inmetro: 325 km (máxima) ou 227 km (mínima)
  • Autonomia teste Mobiauto: 260 km
  • Recarga rápida (DC): 10% a 80% e 35 minutos a até 85 kW

Dados técnicos: direção elétrica / suspensão independente McPherson e molas helicoidal (dianteira) e eixo de torção e molas helicoidal (traseira) / freios a disco ventilados (dianteira) e tambor (traseira) / peso em ordem de marcha: 1.290 kg / carga útil: 400 kg / diâmetro de giro: 9,7 m

Vale a pena comprar o 500e?

Racionalmente é difícil justificar o preço pedido pela Fiat em seu subcompacto elétrico. Ele é bem equipado e tem apelo visual, mas oferece espaço suficiente apenas para um casal e autonomia baixa.

Antes, o 500e custava R$ 255 mil, perto demais de BYD Yuan Plus e Peugeot e-2008, produtos que fazem mais sentido nessa faixa de preço. Agora, por R$ 224 mil, ainda é caro, mas está mais próximo dos valores de carros como Renault Zoe e Peugeot e-208.

E se for apenas pelo apelo estético, vale olhar para o Mini Cooper S Elétrico, que tem problemas parecidos, especialmente em espaço e autonomia, mas tem desempenho melhor e é encarado como um carro premium.

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