Frota de caminhões tem alta de até 30% na região de Campinas, e aumento impulsiona procura por CNH tipo E

Jorge Ghezier Por Jorge Ghezier

Aquecimento do mercado é causado principalmente pela chegada de empresas de logística. Em Sumaré (SP), crescimento no número de veículos foi de 30,17% desde 2015.

Cidades da região de Campinas (SP) registraram alta de até 30,17% na frota de caminhões em relação a 2015, segundo dados do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-SP). O aquecimento do mercado, causado principalmente pela chegada de empresas de logística à região, tem impulsionado a procura por Carteiras Nacionais de Habilitação (CNHs) do tipo E.

O aumento é liderado por Sumaré (SP), que passou de 2.757 veículos para 3.589 no período entre 2015 e 2023. Em Indaiatuba (SP), a alta foi de 12,61%, passando de 3.448 para 3.883 caminhões no mesmo intervalo. Campinas, no entanto, teve a frota reduzida em 1,78%, caindo de 20.421 para 20.056 veículos.

Capacitação
Diretor de uma autoescola em Sumaré, Celso Alves de Souza explica que motoristas das categorias D (condução de oito passageiros ou mais) e E (direção de veículos articulados, com unidade acoplada de 6 mil kg ou mais) são os mais demandados pelo mercado de trabalho atualmente.

“A gente percebeu esse aumento no começo do ano, de janeiro para cá, em média 30%. Além da habilitação, é importante o motorista se capacitar, fazer cursos para aquilo que ele vai trabalhar. Por exemplo: se ele for trabalhar no transporte de produtos químicos, tem que fazer curso”, detalha.
Além dos cursos de capacitação, que podem ser realizados à distância, motoristas que querem mudar a categoria da CNH também devem passar por exames específicos, como médico, psicotécnico e toxicológico, além das aulas práticas na autoescola.

onfira quais são as categorias de habilitação:

  • Categoria A: condutor de veículo motorizado de duas ou três rodas, com ou sem carro lateral (moto, motoneta, triciclo)
  • Categoria B: condutor de veículo motorizado, não abrangido pela categoria A, cujo peso bruto total não exceda 3.500 kg e cuja lotação não exceda oito lugares, excluído o do motorista (carro, picape, SUV, van)
  • Categoria C: condutor de veículo de transporte de carga, cujo peso bruto total exceda 3.500 kg (caminhão, caminhonete, van de carga)
  • Categoria D: condutor de veículo de transporte de passageiros, cuja lotação exceda oito lugares, excluído o do motorista (ônibus, micro-ônibus, van de passageiros)
  • Categoria E: condutor de combinação de veículos em que a unidade tratora se enquadre nas categorias B, C ou D e cuja unidade acoplada, reboque, semirreboque, trailer ou articulada tenha 6.000 kg ou mais de peso bruto total, ou cuja lotação exceda oito lugares (automóvel tracionando trailer, caminhão tracionando duas carretas/treminhão, ônibus articulado)

Em busca da CNH de categoria D, a operadora de máquinas Ângela Carvalho conta que decidiu voltar à autoescola por conta das oportunidades disponíveis no mercado de trabalho, a fim de se destacar no cenário competitivo.

“Estou pilotando quase de tudo, miniescavadeira, retroescavadeira, Bobcat [minicarregadeira], escavadeira, então aqui vai ser para me aperfeiçoar nas máquinas pesadas […] Fica bom porque cada vez mais as mulheres também estão entrando nessa área. [Para] quem tem habilitação e a categoria maior, está abrindo mais vagas, sim”, afirma.

Avanços tecnológicos
Em um centro de distribuição de produtos de limpeza em Amparo (SP), mais de 800 caminhões circulam todos os dias. O motorista e instrutor Danilo Bozolla ressalta que a capacitação é o principal diferencial para motoristas se destacarem no mercado.

“O bom profissional tem que se dedicar, treinar, procurar conhecimento porque a tecnologia está mudando dia a dia e os caminhões estão acompanhando essa tecnologia. […] O motorista estar preparado para enfrentar essa dificuldade na estrada e encarar essa tecnologia de forma mais sábia é primordial”, afirma.

Já o diretor de Operações Logísticas, Iclacir Mascarello, reitera a importância da qualificação, principalmente diante dos avanços tecnológicos do setor.

“Hoje em dia bate muito motorista na porta, mas ainda não abriu a mentalidade de que um caminhão hoje tem uma gama gigantesca de automação, de tecnologia ali dentro. Existem processos de carga e descarga que o motorista tem que fazer parte, então a qualificação é o diferencial para colocar o motorista no mercado de trabalho hoje”, analisa.

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