Honda confirma novas motos elétricas e espera zerar emissões até 2040

Jorge Ghezier Por Jorge Ghezier

A Honda tem a tradição de publicar um relatório anual de sustentabilidade sobre suas atividades globais na virada do semestre, considerando todos os setores de atuação. O levantamento de 2022 revela alguns planos da marca para a eletrificação de motocicletas nos próximos anos.

Em escala global, a Honda espera que 15% de todas as suas motocicletas novas sejam elétricas até 2030. Para automóveis, a proporção é de 30%, enquanto para outros produtos (como geradores, motores de popa, jet-skis e equipamentos agrícolas) a proporção será de 36%.

A Honda quer eletrificar todos os seus veículos no mundo até 2040. Em seguida, o plano será atingir a neutralidade em emissões de carbono na manufatura, meta que a fabricante espera alcançar em meados de 2050.

O relatório de sustentabilidade também revela que a Honda se vê “atrasada” no cronograma de eletrificação. Apenas 0,01% das motos vendidas pela marca japonesa em todo o mundo são elétricas, como a MS01, recém lançada na China. O volume de automóveis elétricos da Honda também é baixo, 0,37%, enquanto 0,52% de outros produtos se enquadram na categoria.

Uma das grandes apostas da marca na categoria é a PCX elétrica, com motor de 4.200 watts capaz de desenvolver 5,6 cv de potência. A autonomia é de apenas 40 km, capacidade que fica muito abaixo diante das rivais, que chegam a rodar 100 km. Em tomadas residenciais, a PCX elétrica leva em torno de 3 horas para recuperar sua carga. Outras motos estão nos planos da marca e devem aparecer em esboços ou versões conceituais nos próximos meses.

A Honda também antecipa que vai expandir seus serviços de baterias compartilhadas para motocicletas na Ásia. A fim de facilitar a vida dos motociclistas, as quatro grandes fabricantes japonesas – Honda, Suzuki, Yamaha e Kawasaki – selaram um acordo para que suas baterias sejam intercambiáveis entre as marcas.

O impacto das motos elétricas

A eletrificação é vista como um caminho sem volta para a indústria mundial. Mas tratando de motocicletas, alguns obstáculos podem atrapalhar os planos das fabricantes quando o assunto é atingir a neutralidade de carbono.

Os países que mais compram motocicletas são subdesenvolvidos. Regiões como Índia, Indonésia, Paquistão, México e Brasil apostam nesses veículos pela simplicidade, baixo custo de manutenção e economia de combustível. A Índia tem a maior frota de motocicletas em circulação do mundo: aproximadamente 37 milhões de unidades.

E além disso, alguns desses países produzem motos extremamente defasadas e poluentes. Este é o caso do Paquistão, onde a Honda CG 125 da década de 1970 ainda é produzida. Sua última atualização mecânica aconteceu nos anos 90. A indústria de motocicletas ainda tem um longo caminho a percorrer antes de atingir a neutralidade em carbono.

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